Itaú Unibanco volta a defender PL da Terceirização

Publicado em: 22/05/2015
Itaú Unibanco volta a defender PL da Terceirização

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, declarou ao jornal Valor Econômico, que o PL da Terceirização em trâmite no Senado trará ganhos ao país por aumentar a flexibilidade do mercado de trabalho.


Goldfajn não é o primeiro alto executivo da instituição a defender o projeto, que ganhou no Senado o nome de PLC 30/2015 (antigo PL 4330).


No dia 4 de maio, durante a festa de 15 anos do mesmo jornal Valor, a vice-presidenta do banco, Cláudia Politanski, declarou que a liberação irrestrita da terceirização, inclusive para atividades-fim, reforça os direitos trabalhistas. “É um projeto bom, de avanço. Não prejudica os direitos trabalhistas, muito pelo contrário, em alguns aspectos reforça a CLT”, afirmou.


Ao contrário do que defendem os altos executivos da Empresa, a diretora executiva do Sindicato/SP e funcionária do Itaú Unibanco Marta Soares afirma que a aprovação do PL da Terceirização só é benéfica para o empresariado. “Fica claro que quando eles falam em flexibilizar o mercado de trabalho, na verdade revelam a intenção de fechar postos de trabalho bancários e aprofundar ainda mais a contratação de terceirizados. Então, o PL da Terceirização só é interessante para o empresariado, que deixa de ter responsabilidade com esses trabalhadores”, declara a dirigente sindical.


Cabe ressaltar que o Itaú Unibanco, entre 2008 e 2014, elevou suas despesas com terceiros em 137,2%, sendo que no mesmo período o banco reduziu seu quadro de funcionários em 20,2%.


Enquanto isso tudo acontece, funcionários já terceirizados oferecem uma amostra da realidade à qual estão sujeitos e que poderá atingir milhares de bancários caso o PL da Terceirização seja aprovado no Senado e sancionado pela presidenta Dilma Rousseff.


“O que acontece com a gente [terceirizados] é uma injustiça. Somos formados, trabalhamos como os bancários, e não temos os mesmos direitos. O maior risco [da ampliação irrestrita da terceirização] é para eles, os bancários. Nós já estamos nessa. Se passar o projeto, vamos virar todos terceirizados. Estamos juntos nessa luta”, declara uma funcionária terceirizada do Itaú Unibanco.