Juros em alta e custos sob controle engordam lucro de bancos

Os principais bancos brasileiros fecharam 2014 com chave de ouro, de acordo com a previsão de sete corretoras consultadas pelo Valor. Juntos, Banco do Brasil (BB), Itaú Unibanco, Bradesco e Santander vão apresentar um lucro líquido acumulado de R$ 52,54 bilhões no ano, com crescimento de 18,9% na comparação com 2013. Considerando-se apenas o quarto trimestre de 2014 em relação a igual intervalo no ano anterior, o lucro do quarteto se expandirá 16,4%, para R$ 13,7 bilhões.
O brilho dos números, porém, deve marcar o início de tempos mais difíceis em 2015. É o que o Goldman Sachs define como o começo do "fim de um ciclo" durante o qual os bancos se beneficiaram de taxas de juros mais altas, custo de crédito mais baixo e despesas sob controle. Entre os fatores que ajudaram o lucro dos bancos em 2014 e que devem persistir neste ano estão os negócios não relacionados ao crédito. Em recente encontro com investidores, Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, afirmou que o banco tem olhado com especial atenção as receitas de prestação de serviços pelo fato de serem menos afetadas pelo ciclos econômicos.
Hoje, o Bradesco inaugura a temporada de balanços dos bancos. O segundo maior banco privado do país, informou que teve lucro líquido de R$ 15,089 bilhões, valor 25,6% superior aos R$ 12 bilhões registrados em 2013. No quarto trimestre, os ganhos somaram R$ 3,993 bilhões, depois de atingir R$ 3,875 bilhões nos três meses anteriores, um aumento de 3%. Já em relação ao mesmo período de 2013, a alta foi de 29,7%.
Em 31 de dezembro de 2014, o valor de mercado do Bradesco era de R$ 145,536 bilhões, uma expansão de 13,6% em relação ao registrado no final do ano anterior.