Justiça de SP registra uma denúncia de assédio moral a cada 12 horas

O Ministério Público do Trabalho da 2º região de São Paulo recebeu 684 denúncias sobre assédio moral no trabalho em 2014, número três vezes maior do que o recebido em 2009 (213). Até março deste ano, já foram instaurados 191 procedimentos para investigação. De acordo com o órgão, o aumento do número de denúncias é devido ao maior conhecimento da atuação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e à divulgação dos meios de comunicação.
O desembargador do TRT da 2ª região, Renato Sabino, afirma que as pessoas buscam cada vez mais reparações pelos danos sofridos. "O aumento das denúncias reflete mais a vontade de ver uma reparação pelo assédio que sofreu. As pessoas não estão mais ficando quietas. Podem ficar quietas por um tempo, mas acabam buscando seus direitos depois."
Quando se trata de uma denúncia de assédio moral, o ônus é do trabalhador. Ou seja, ele é quem deve provar que a situação existiu. Isso pode parecer difícil no primeiro momento, principalmente quando não há testemunhas que possam contribuir no caso, mas não é impossível. Se esse assédio acontece em encontros ou conversas, o profissional deve fazer com que esses encontros sempre contem com um terceiro participante. É importante que o trabalhador possa ter registro e testemunho de um terceiro.