Juventude discute transformações no mundo do trabalho

A automação vai colocar em risco os empregos de cerca de 400 a 800 milhões de trabalhadores até 2030, de acordo com o estudo da consultoria McKinsey.
A pesquisa analisou 800 profissões em 46 países e constatou que até um terço dos trabalhos atuais poderá ser automatizado em até 11 anos. No Brasil, o percentual de vagas eliminadas pode chegar a 15%.
Os estudos apontam que as tecnologias exercem um impacto profundo e cada vez maior no mercado de trabalho. E a automação vem ganhando campo no setor financeiro. Nos anos 80 havia cerca de um milhão de trabalhadores bancários. Atualmente são cerca de 400 mil. A fim de debater essa realidade e encontrar soluções para o problema, o Comitê Executivo de Juventude UNI Américas se reuniu na República Dominicana, nos dias 20 e 21 de junho, para debater inovação tecnológica e as mudanças no futuro do mundo do trabalho.
O objetivo do encontro foi a formação política de jovens dirigentes sindicais, intercâmbio, construção de narrativas e definições de pautas conjuntas. Representando a Contraf-CUT e o Brasil estiveram presentes Lucimara Malaquias, vice-presidente de juventude Uni Américas e Katlin Salles coordenadora da rede Uni juventude Brasil.
Segundo dados da ONU e da OIT, 53% da população mundial não tem acesso a internet, 90% não tem acesso ao ensino universitário, e atualmente há 190 milhões de desempregados. Do total de trabalhadores em plataformas digitais, 86% são jovens entre 18 e 29 anos e 75% dos trabalhadores temporários são jovens.
Atualmente há uma disputa de narrativas sobre o que é o trabalho temporário: um atrativo para os jovens por permitir jornadas flexíveis e locais físicos de trabalho diferentes dos tradicionais, como a residência própria, ou um café.
Na verdade essa nova organização esconde um perigoso precedente nas relações de trabalho. Os benefícios são poucos perto dos prejuízos, como ausência de contratos e direitos trabalhistas.