Metade das empresas não se preocupa com irregularidades das terceirizadas

Metade das empresas brasileiras diz não checar se as terceirizadas contratadas praticam atos ilícitos como corrupção, lavagem de dinheiro ou uso do trabalho escravo. Apenas 55% das companhias dizem fazer due dilligence (análise de risco) das subcontratadas. O percentual está abaixo da média mundial, de 62%.
Quase sete em cada 10, ou 66%, dizem não saber qual o grau de "quarteirização" de suas cadeias, ou seja, até que ponto suas terceirizadas também estão subcontratando outras companhias e quais são elas.
As informações integram a pesquisa Risco de Terceiros, da Thomson Reuters. Foram ouvidas 1.132 empresas em nove países, sendo 120 no Brasil, durante o segundo semestre do ano passado.
O levantamento revela falta de conhecimento em relação ao monitoramento de riscos, como práticas de corrupção e uso de trabalho análogo ao escravo, pelas terceirizadas. O presidente Michel Temer sancionou, em 31 de março, o projeto de lei que regulamenta a terceirização de todas as atividades de uma empresa. O texto havia sido aprovado pela base aliada do governo na Câmara na noite de 22 de março.
A nova legislação alivia a responsabilidade da contratante por irregularidades praticadas pela terceirizada, pois agora só pode ser acionada na Justiça quando a contratada não tiver mais bens a serem pleiteados na Justiça. Além disso, as empresas podem terceirizar todas as suas atividades, até mesmo as principais, como é o caso dos caixas e gerentes nos bancos, metalúrgicos em uma montadora, enfermeiros em um hospital, professores em uma escola.