Mídia do Brasil quer volta da censura

Os sítios internacionais, que dão exemplo do que é um bom jornalismo, estão na mira da grande mídia. A ANJ (Associação Nacional de Jornais) entrou com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF (Supremo Tribunal Federal) para restringir a participação estrangeira na comunicação do país. O objetivo é claro. Impedir que o leitor tenha acesso a informações sérias, sem manipulação. Se o STF acatar a Adin, sítios como BBC Brasil, El País e o The Intercept podem ficar ilegais, impedindo, portanto, a cobertura balanceada da imprensa internacional sobre a vida política do Brasil.
A iniciativa é uma tentativa de censura. A liberdade de expressão só serve quando é para atender aos interesses das famílias (Frias, Marinho, Mesquita, Saad e Civita) que controlam os veículos de comunicação do país. Não há respeito ao direito do cidadão escolher o que consumir e assim, com os portais de fora da cena nacional, o leitor terá como opções as notícias distorcidas e manipuladas, sempre em defesa do grande capital e da política econômica neoliberal.
Atualmente, de acordo com a Lei 10.610 de 2002, a participação do capital estrangeiro ou de brasileiros naturalizados há menos de 10 anos no capital social de empresas jornalísticas é de até 30% do capital total e por intermédio de pessoa jurídica constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede no país. A ANJ quer que o STF considere a expressão "empresas jornalísticas" os veículos de comunicação constituídos apenas em plataforma virtual.