Mulheres ganham menos e trabalham mais do que homens, diz Cepal
            
            
Apesar do aumento da  participação das mulheres na atividade econômica na América Latina, elas  continuam ganhando menos e trabalhando mais que os homens. É o que  revela pesquisa divulgada pela Cepal (Comissão Econômica para a América  Latina e Caribe). 
Segundo o estudo, entre 90 e 2008, a população economicamente ativa  feminina cresceu de 42% para 52% no continente. 
Na média calculada pela Cepal, em 2009, o salário das mulheres era 21%  menor que o dos homens. Mas a diferença tem diminuído. Em 2008, elas  recebiam 28% a menos. 
O Brasil puxa o incremento da participação feminina na economia, com um  avanço de 52% no período. As brasileiras, contudo, acumulam mais horas  de trabalho não-remunerado. 
De acordo com a pesquisa, as mulheres não ganham por 21,8% das horas  semanais que trabalham em serviços domésticos. Os homens trabalham 9,1%  sem receber. As mulheres recebem por 34,8% das horas trabalhadas na  semana, e os homens, 42,9%. No total, elas trabalham 4,6% a mais. 
Outro dado da pesquisa: as casas comandadas por mulheres são mais pobres  que as chefiadas por homens, apesar de a participação feminina na  economia ter ajudado no combate à pobreza na região. 
Das mulheres com mais de 15 anos em zonas urbanas da América Latina, 43%  não tinham renda própria em 1994 (contra 11% de homens). Em 2008, esse  número caiu para 32% do lado das mulheres (e 10% do lado dos homens). 
THAIS BILENKY (de Brasília)
Folha de São Paulo