Não da Fenaban é um sim para a greve

Em mais uma demonstração de desrespeito e enrolação, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) negou todas as reivindicações apresentadas pelos bancários em relação aos itens de remuneração da pauta da categoria durante a reunião ocorrida nesta segunda-feira (12).
Os patrões alegam que, para não gerar inflação, os acordos não devem ter aumento real de salário, o que é considerado uma desculpa esfarrapada.
O Sindicato vai estar promovendo manifestações como forma de pressionar os banqueiros. A partir de agora, estas mobilizações vão ser ampliadas. E isto vai acontecer de forma articulada em todos os estados, num movimento coordenado pelo Comando Nacional dos Bancários e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), entidades que negociam com a Fenaban.
Em Petrópolis, dando continuidade a manifestação, os diretores do sindicato estiveram ontem, dia 12/09, nas agências do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Bradesco, com panfletos e o carro de som, esclarecendo a população a possibilidade de uma greve na categoria, uma vez que, com os lucros recordes que os bancos vêm registrando todos os anos, os banqueiros teriam como obrigação atender às reivindicações de aumento real, maior PLR e maior piso salarial.
Somente os três maiores bancos privados do país (Bradesco, Santander e Itaú Unibanco) lucraram no primeiro semestre deste ano R$ 16,8 bilhões. O crescimento vem sendo de 20% em média há mais de dez anos. Nada justifica, o endurecimento nas negociações.
Uma nova rodada de negociação ficou agendada para o dia 20/09, em São Paulo. A Fenaban prometeu apresentar uma proposta global para a categoria.
"É inadmissível que o setor financeiro com ganhos tão elevados se negue a valorizar os seus funcionários, enquanto altos executivos ganham até 400 vezes mais do que o piso do bancário. O Brasil está entre os dez países com a pior distribuição de renda do mundo e, para mudar essa situação, é necessário aumentar salários", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.