No setor bancário, discriminação ainda impera
O perfil de emprego bancário no país mostra o quanto a discriminação em relação ao gênero, raça e escolaridade ainda impera no sistema financeiro brasileiro, apesar do lucro extraordinário ano após ano. Mesmo com o pacto em negociação coletiva sobre ambientes de trabalho mais homogêneos e igualitários, a realidade é bem diferente.
No ano passado, as admissões de mulheres foram 19,1% menores do que as dos homens e os desligamentos 5,4% superiores, segundo dados de 2022 do levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Com isso, foram abertas 3.933 vagas para homens e cortados 1.106 postos para as mulheres.
Quando a faixa etária é analisada no setor bancário, constata-se que a geração de vagas se concentrou no público com idade até 29 anos, com aumento de 10.351 postos. Para os trabalhadores com 30 anos ou mais, houve fechamento de 7.529 vagas.
Nos quesitos raça e escolaridade, 60,8% de empregados brancos foram admitidos nos bancos e 55,3% com superior completo. As admissões de funcionários pretos e pardos alcançaram 33,9% da totalidade, enquanto as demissões foram de 25,6%. Falta muito para o Brasil ter um sistema financeiro mais igualitário.