Nova ação do governo reforça enfraquecimento da Caixa

O governo federal anunciou, ontem (12/6), mais uma ação que visa o enfraquecimento da Caixa Econômica Federal, para sua privatização. O presidente do banco, Pedro Guimarães, disse que está realizando a devolução de R$ 3 bilhões para a União. O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou do anúncio.
Esses recursos não podem ser contabilizados como receitas primárias, ou seja, para uso no orçamento da União em gastos dos ministérios. Os valores são classificados como financeiros e, deste modo, podem ser utilizados apenas para o abatimento da dívida pública. “Isto significa que o governo pegará o dinheiro dos bancos públicos e portará nos bancos privados, que são os principais detentores da dívida pública. Ou seja, os privados ganharam mais dinheiro com a especulação financeira, enquanto os públicos – que têm o papel de fazer investimentos para o desenvolvimento social do país – terão seus recursos enxugados”, explicou Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Contraf-CUT e empregado da Caixa.
A estratégia da instituição financeira é de devolver outros R$ 17 bilhões até o fim de 2019. Para isso, segundo o governo, a Caixa terá de privatizar suas operações. “Essas ações são o enxugamento do banco, a diminuição do potencial de investimento. O que futuramente afetarão diretamente a sustentabilidade da Caixa. Quem vai perder é o povo brasileiro, que é o verdadeiro dono da Caixa, que perderá sua capacidade de investimento para o desenvolvimento do Brasil”, completou Maria Rita Serrano, coordenadora do comitê, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.