O combate ao racismo e o legado da luta de Zumbi dos Palmares

Nesta semana da consciência negra, na qual lembramos do legado da luta de Zumbi dos Palmares, reforçamos em nosso espírito a necessidade do combate ao racismo com reflexões, leituras, debates, comemorações. Importante lembrarmos que vivemos em uma sociedade que discrimina o ser humano simplesmente pelo fato dele ter a cor da pele diferente.
A escravidão em nosso país durou séculos e viveu um momento histórico muito duro em 20 de novembro de 1695, quando o quilombo chefiado por Zumbi dos Palmares, em Alagoas, foi cercado, invadido e dizimado, culminando com a morte de seu chefe maior, cujo legado de luta nos anima até hoje a combater a discriminação contra o povo negro.
O Brasil foi o último país latino-americano a acabar com a escravidão. O conservadorismo da época e de hoje traz de volta o aumento da discriminação racial em nossa terra. O racismo tem suas digitais cravadas fortemente no Brasil de hoje. O combate ao racismo, longe de cansar, é um convite permanente à luta pela adoção de medidas corajosas para modificar esta realidade cruel. A população negra e parda correspondia a 50,7% da população brasileira em 2010 e em 2014 este contingente chegou a 51% dos brasileiros, ou seja, 111.923.585 pessoas. Um dos setores de maior desigualdade é o setor bancário, onde o II Censo da Diversidade mostrou, em 2014, que, dos 500 mil bancários brasileiros, somente 24,7% são negros. Segundo este censo, o salário do negro é 27% menor do que o do trabalhador branco. Os bancários negros não têm o mesmo acesso aos cargos mais remunerados das chefias.
“A Nação Brasileira deve muito aos seus negros. Salve Zumbi dos Palmares! Salve João Cândido! Salve todos os nossos heróis do passado e do presente! Chega de preconceito e racismo, na vida e no trabalho”, ressalta, Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Marcha das Mulheres Negras é atacada por golpistas
Ontem (18/11), o grupo de golpistas acampados em frente à Esplanada dos Ministérios com faixas que pedem intervenção militar no Brasil atacou a Marcha das Mulheres Negras. Integrante do acampamento, um manifestante que seria policial civil e cuja identidade ainda não foi revelada, foi preso após dar quatro tiros para o alto quando a marcha passava diante do Congresso Nacional.