O Último baile

Publicado em: 18/05/2018
O Último baile

    O último baile do Império, em 09 de novembro de 1889, ocorreu na Ilha Fiscal, que fica na costa da cidade Rio de Janeiro, que então era a capital do Império.

    Esse acontecimento ficou marcado pela grande suntuosidade, que buscava reforçar a posição do Império em face das conspirações republicanas. Nesse evento compareceu o Imperador D.Pedro II e toda a nobreza da corte. O dinheiro gasto no baile, 250 contos de réis, foi retirado do Ministério da Viação e Obras Públicas, este valor correspondia a quase 10% do orçamento previsto da Província do Rio de Janeiro para o ano seguinte. O castelo que existe na ilha foi intensamente decorado e em seus jardins foi servido um jantar para 500 dos 4.500 convidados, com iguarias incomuns como sorvete e faisão.


Dançou-se muito no O Último Baile do Império, mas o que os convidados não imaginavam, nem o imperador D. Pedro II, é que se dançava sobre um vulcão. À mesma hora em que se acendiam as luzes do palacete para receber os milhares de convidados engalanados, os republicanos reuniam-se no Clube Militar, presididos pelo tenente-coronel Benjamin Constant, para maquinar a queda do Império.


    Foi a última grande festa da monarquia antes da Proclamação da República Brasileira, em 15 de novembro de 1889, uma sexta-feira, seis dias após o baile.

    No último dia 16 de maio de 2018 no estádio Mané Garrincha, em Brasília, um evento promovido pela Caixa e governo federal, onde foram gastos no mínimo R$ 2,5 milhões, segundo informações da imprensa comercial, reuniu mais de seis mil gestores da Caixa, e tinha como convidado “especial” o golpista Michel Temer que acabou não comparecendo.

    “O que está sendo promovido hoje é um gigantesco assédio organizacional, na tentativa de seduzir os empregados e empregadas para que sirvam ao propósito de Temer de destruir a Caixa. Usam nosso dinheiro, a estrutura da empresa e a mídia contra a própria empresa”, denuncia o Secretário de política sindical do Seeb/Brasília Paulo Vinícius.

    Ainda no mesmo dia, foi divulgada a notícia de que seria  fechada mais de 100 agências bancárias com a absurda estratégia de reduzir custos.

    Por tudo que vem acontecendo com a Caixa, a história nos provoca a refletir se a troca da ilha por um estádio de futebol nos dias atuais, é mera semelhança ou se repete como farsa ou tragédia. Os  funcionários da caixa estão sobre um vulcão prestes a entrar em erupção, se não houver resistência.