Presidente do TST defende corte de direitos e CUT reage

Publicado em: 07/11/2017
Presidente do TST defende corte de direitos e CUT reage

Ao defender corte de direitos como medida para manter empregos, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho, fala em nome próprio, sem representar o pensamento da magistratura, disse a vice-presidenta da Anamatra (associação dos magistrados do Trabalho), Noemia Porto.


Durante audiência pública no Senado, realizada na segunda-feira 06/11, ela comentou a entrevista de Gandra publicada pelo jornal Folha de S. Paulo. Segundo Noemia, a entrevista por conter a interpretação do ministro, “fala em seu nome e não em nome da Justiça do Trabalho”, formada por quase 4 mil magistrados. Essas declarações mostram, mais uma vez, que há discordâncias no Judiciário em relação à chamada “reforma” trabalhista, imposta pela Lei 13.467, que entrará em vigor a partir de sábado 11/11.


Desde a sua posse na presidência, Ives Gandra mostrou-se defensor da flexibilização e, em certa medida, crítico da própria Justiça do Trabalho, que teria um papel excessivamente “protecionista”, conforme também afirmou mais de uma vez. Em audiência no Senado, chegou a sugerir que trabalhadores podem se mutilar para conseguir indenizações trabalhistas.


O presidente da CUT, Vagner Freitas, reagiu às afirmações de Gandra, dizendo que o que Temer fez com a reforma foi “legalizar o bico”.


A CUT, junto aos sindicatos filiados e outras entidades representativas dos trabalhadores em todo o país, organizou uma campanha de Iniciativa Popular pela Anulação da Reforma Trabalhista (Lei 13.467), onde serão necessárias 1,3 milhão de assinaturas em apoio a anulação ao projeto.