Presidentes de estatais, que deveriam zelar pelo patrimônio público, propõem privatizar

Presidentes de quatro grandes empresas públicas brasileiras – Caixa, Banco do Brasil, BNDES e Petrobras -, reunidos no seminário “A nova economia liberal”, organizado na semana passada pela FGV, defenderam a privatização destas e outras estatais. O posicionamento mostra, no mínimo, que estão no lugar errado, já que o papel esperado de quem dirige uma empresa seria o de zelar pelo patrimônio, valorizar a instituição, melhorar sua governança e seus investimentos. As alegações adotadas pelos que defendem a privatização de empresas quase sempre giram em torno de mitos que não se sustentam quando confrontados com a realidade. A maioria das empresas públicas brasileiras são rentáveis, como é o caso dos bancos públicos, e têm como foco o desenvolvimento do País, muito diferente das empresas privadas, cujo alvo central é a lucratividade cada vez mais alta, com o enriquecimento de seus acionistas.
Outra acusação recorrente e que não se sustenta é de que a corrupção é inerente ao setor público, o que não é verdade: basta olhar para o caso das construtoras, da sonegação fiscal dos bancos, das montadoras de carros e outros tantos exemplos.
A solução para combater a corrupção é o aumento do controle social e maior fiscalização, tanto no setor público como privado.