Pressão por metas e assédio adoece!

Publicado em: 24/07/2024
Pressão por metas e assédio adoece!

Nessa quinta-feira, 25/07, acontecerá a quinta rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), com o tema “Saúde e Condições de Trabalho”. A pesquisa “Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário”, realizada pela Secretaria de Saúde da Contraf-CUT, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB), explicita como o modelo de gestão dos bancos adoece os trabalhadores, com maior impacto na saúde mental.

Cerca de 80% dos trabalhadores do ramo financeiro, que participaram da pesquisa, declararam ter tido ao menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no ultimo ano. Destes, quase metade estavam em acompanhamento psiquiátrico. O principal motivo declarado para tratamento médico foi o trabalho.

Os dados do INSS corroboram com a pesquisa. Entre 2013 e 2020, foram registrados 20.192 afastamentos de bancários, com alta de 26,2% entre 2015 e 2020, percentual 1,7 vez acima do crescimento dos afastamentos em geral registrados no país.

Até 2012, as doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo eram as principais causas de afastamentos de bancários, correspondendo a mais de um quarto dos benefícios concedidos pelo INSS no período. Porém, desde 2013, os transtornos mentais e comportamentais tornaram-se as principais causas dos afastamentos na categoria.

No país, em relação ao total dos afastamentos acidentários por doenças mentais e comportamentais, os afastamentos de bancários correspondiam a 12% do total em 2012, aumentando para 25% em 2022. Ou seja, a cada quatro trabalhadores afastados, um deles é bancário.

Quando o bancário adoece e precisa se afastar do trabalho, é comum sentir-se inseguro e desinformado sobre como solicitar o auxílio-doença no INSS e quais são seus direitos garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária, como o adiantamento salarial e o salário emergencial.

Nesse momento de grande vulnerabilidade, a maioria dos bancos falha em fornecer a comunicação e o atendimento adequados às informações que os trabalhadores adoecidos necessitam, prejudicando ainda mais o processo de concessão de benefícios do INSS e o acesso aos direitos previstos na CCT. Além disso, muitos bancários enfrentam perseguição ao retornarem do afastamento. Em vez de acolher, os bancos geram dificuldades.

Diante desse cenário, o movimento sindical bancário criou a campanha “Menos Metas, Mais Saúde” para esclarecer os trabalhadores sobre o impacto da cobrança excessiva de metas na qualidade de vida.

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