Primeiro dia de greve dos bancários, paralisa 6251 agências em todo o Brasil

Publicado em: 07/10/2015
Primeiro dia de greve dos bancários, paralisa 6251 agências em todo o Brasil

Os bancários entraram em greve ontem (06/10) e paralisaram suas atividades em 6.251 agências de bancos públicos e privados, além dos centros administrativos em todo o país. De acordo com o Banco Central, o País tem 22.975 agências.


A categoria aderiu em massa ao movimento como forma de pressionar banqueiros a apresentarem uma proposta decente aos trabalhadores. O movimento foi pacífico e espontâneo, mostrando a conscientização e a unidade dos bancários.


Em nossa base territorial, hoje 07/10, as agências do HSBC, Santander, Banco do Brasil e Caixa permaneceram fechadas durante todo o dia de paralisação.


A trajetória que culminou na deflagração da greve foi longa e difícil, como deve ser o período de paralisações, definido por indeterminado. Foram seis rodadas de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos); emprego, saúde, segurança e remuneração foram alguns dos assuntos tratados. No entanto, o que era para ser um diálogo, passou a ser monólogo. Só o Comando Nacional conversava, os banqueiros só na última rodada, dia 25 de setembro, decidiram apresentar uma proposta rebaixada e ridícula, amplamente rejeitada pelos trabalhadores em assembleias.


Os bancários, responsáveis pela riqueza dos bancos, reivindicam reajuste salarial de 16%. Os banqueiros, oferecem 5,5%, índice muito abaixo da inflação (9,88%). Mas, para os diretores, não há choradeira.


Uma pesquisa do portal IG revela que as organizações financeiras devem elevar em até 81% a remuneração fixa dos executivos neste ano. Com o aumento, um membro do alto escalão pode ganhar anualmente em torno de R$ 1 milhão, somados salário e alguns benefícios.


Importante ressaltar que os números não contam com bônus e outros pagamentos variáveis. Ou seja, o valor recebido por um diretor executivo certamente é muito maior.


A pesquisa reafirma o que os bancários chamam atenção há muito tempo. Os bancos podem reajustar os salários em 16%, ampliar o quadro de pessoal para acabar com as filas, investir em segurança e reduzir as altas taxas de juros e tarifas.