Quatro anos de reforma trabalhista: retirada de direitos e nada de empregos

Publicado em: 16/11/2021
Quatro anos de reforma trabalhista: retirada de direitos e nada de empregos

O ministro da Fazenda do então presidente da República Michel Temer (MDB), o banqueiro Henrique Meirelles, criou a reforma trabalhista, aprovada pelo Congresso Nacional, prometendo gerar milhões de empregos com a mudança na legislação para os contratos empregatícios. A proposta abriu a porteira para a terceirização, inclusive de áreas fins, permitindo também a suspensão do contrato de trabalho e a contratação temporária através do chamado trabalho intermitente, retirando direitos conquistados pelos trabalhadores ainda no governo Getúlio Vargas, previstos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).


A promessa de Temer e Meirelles não foi cumprida, após quatro anos da reforma que beneficiou apenas o empregador. O Brasil tem atualmente 14,1 milhões de desempregados, ou seja, 13,7% da população, além de mais seis milhões de desalentados (desistiram de procurar emprego) e a informalidade até cresceu: 40,5% em 2017 e 40,8% em 2021 segundo dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


O próprio Michel Temer admitiu recentemente num encontro com empresários, que "exagerou" na promessa de gerar milhões de empregos. Temer chegou à presidência do Brasil após participar do impeachment, na verdade fruto de um golpe, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT), reeleita com 54,5 milhões de votos, derrotando, na época, o candidato do PSDB, Aécio Neves no segundo turno, que teve 50,9 milhões de votos.


O governo Jair Bolsonaro manteve a mesma linha neoliberal de Temer e o seu ministro da Economia, o também banqueiro Paulo Guedes, aprofundou a recessão, com a reforma previdenciária, que reduziu a média dos benefícios de aposentadorias e pensões do INSS e criou minirreformas que retiram direitos. Esta política econômica agravou a crise, fez explodir a inflação, achatou a renda do trabalhador e não gerou empregos. A retirada de mais direitos foi imposta tendo como justificativa a pandemia da Covid-19, mas Bolsonaro tentou ainda, prorrogar a contratação sem direitos, através da Medida Provisória 1045/2021, derrubada no Congresso Nacional graças à mobilização do movimento sindical e da oposição no parlamento brasileiro. A proposta acabava ainda com o acesso gratuito à Justiça Trabalhista para inibir o trabalhador a buscar recuperar seus direitos no campo jurídico.