Reflexo do desemprego, desigualdade social no Brasil cresce nos últimos anos

Publicado em: 13/06/2017
Reflexo do desemprego, desigualdade social no Brasil cresce nos últimos anos

Desde 2004, 30 milhões de pessoas saíram da miséria no Brasil. De 2001 a 2014, a desigualdade da renda domiciliar per capita vinha caindo sistematicamente, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE.


A parcela que mais contribuiu para essa queda foi o que Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) denomina renda do trabalho. A desigualdade recuou porque a renda dos mais pobres cresceu mais que a dos ricos.


Entretanto, nos últimos dois anos, os índices de pobreza voltaram a subir, como resultado da recessão e redução de investimentos, que geram desemprego, segundo levantamento feito por especialistas em políticas sociais.


No trimestre encerrado em março de 2017, ainda de acordo com a Pnad Contínua, que verifica o desemprego em todas as regiões do país, a taxa de desocupação ficou em 13,6%. Em igual período de 2016, a taxa estava em 10,9%.


O desemprego fez com que a disparidade da renda domiciliar per capita registrasse o primeiro aumento (3,5%), como aponta o índice de Gini (parâmetro internacional usado para medir a desigualdade e distribuição de renda entre os países) calculado pela FGV Social. Usado para medir a desigualdade social, o indicador varia de zero a um. Quanto mais perto de zero, mais igual é a sociedade e, no sentido oposto, mostra a representação da desigualdade.


O Brasil, um dos países com maior desigualdade social, tem hoje mais de 14 milhões de desempregados e os jovens e pobres são os mais afetados. Os impactos disso, segundo estudos, são de longo prazo e afetam as contas públicas e a capacidade de crescimento.