Reforma da Previdência é cruel com mulheres

Publicado em: 27/03/2017
Reforma da Previdência é cruel com mulheres

Participantes de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, na quinta 23/03, foram unânimes em afirmar que a reforma da Previdência prejudicará especialmente as mulheres, podendo, também, significar o fim da aposentadoria para todos os brasileiros.


Promovida em conjunto com a Procuradoria da Mulher do Senado e a Procuradoria da Mulher da Câmara dos Deputados, a audiência debateu questões como tripla jornada de trabalho da mulher e diferença salarial, entre outras. De acordo com a presidente do Instituto dos Advogados Previdenciários, Luciana Farias, igualar a idade da mulher com a do homem para a aposentadoria acaba com a igualdade material, que é necessária, segundo a própria Constituição, para dar isonomia. A advogada disse também que a PEC 287 é inconstitucional porque afeta o princípio da proibição do retrocesso social, que impede que sejam desconstituídas conquistas já alcançadas.


A coordenadora-geral da Auditoria Cidadã da Dívida Pública, Maria Lúcia Fattorelli, lembrou que a mulher sofre discriminação no mercado de trabalho, pois, além de receber menos que os homens que ocupam o mesmo posto, têm menos acesso a postos de chefia e não têm o apoio de creches para deixar seus filhos. Maria Lúcia revelou também que, em 2014, 64,5% das aposentadorias concedidas às mulheres foram por idade, enquanto que, para os homens, apenas 36%. "As mulheres não conseguem completar tempo de contribuição por causa de toda essa intermitência".