Reforma trabalhista acaba com a CLT

Publicado em: 26/12/2016
Reforma trabalhista acaba com a CLT

Michel Temer, rejeitado por 77% dos brasileiros segundo pesquisa Ipsos divulgada na sexta-feira, ainda se mantém no poder graças à Globo. O grupo de comunicação da família Marinho é hoje a sua principal base de sustentação política. No dia 23/12, sexta-feira, a manchete do jornal O Globo foge do padrão noticioso. Em vez de simplesmente noticiar a reforma trabalhista proposta por Temer, o periódico celebra mudanças que, supostamente, modernizam as leis trabalhistas e fortalecem os sindicatos. Entre as mudanças sugeridas estão a possibilidade de uma jornada de 12 horas diárias, os contratos temporários de quatro meses e a prevalência do negociado sobre o legislado (o que significa que acordos entre patrões e empregados, mesmo se estiverem abaixo do que prevê a lei, não poderão ser questionados na Justiça do Trabalho).


São propostas que, evidentemente, favorecem o capital em detrimento do trabalho. regadores poderão contratar funcionários sem direitos trabalhistas por mais tempo, poderão ampliar jornadas e terão espaço para reduzir obrigações trabalhistas se os empregados concordarem – o que, em tempos de recessão, é plausível que ocorra.   Trata-se, portanto, do fim da Consolidação das Leis do Trabalho, que permitirá a Temer realizar um sonho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: enterrar a era Vargas.