Reforma trabalhista afeta 61% da convenção de bancários

Publicado em: 28/02/2018
Reforma trabalhista afeta 61% da convenção de bancários

Mais de 60% das cláusulas da convenção coletiva nacional de trabalho dos empregados de bancos e empresas do setor financeiro deverão ser afetadas por causa da nova legislação trabalhista vigente desde novembro do ano passado. A informação é da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), pela negociação coletiva entre mais de 400 mil bancários e bancos em âmbito nacional desde 1992.


Segundo a vice-presidente da entidade, Juvandia Moreira Leite, a reforma trabalhista já está enfraquecendo o movimento sindical do setor financeiro e resultando em prejuízos para trabalhadores. "Há mais de 20 anos, um comando nacional que representa 195 sindicatos de bancários em todo Brasil permanece em constante processo de negociação de campanhas salariais e vários outros temas. Isso agora vai começar a se perder", disse a sindicalista, que participou no fim da tarde desta segunda-feira de debate sobre a reforma trabalhista promovido pelo Instituto FHC em São Paulo.


Juvandia afirmou, no entanto, que a atual convenção não será afetada, pois tem vigência de dois anos (2016-2018), o que "dá mais proteção" aos trabalhadores. "Mas os bancos já anunciaram que começarão a negociar individualmente banco de horas e já descartam a presença de sindicatos para sessões de homologação, decisão tomada de forma unilateral pelas instituições financeiras. Nesse contexto já tivemos que lutar para reverter demissão de grávida, de trabalhador com câncer. É um retrocesso", criticou Juvandia.