Reforma trabalhista não gerou os empregos prometidos

Dois anos após a sanção da nova legislação trabalhista, milhões de brasileiros ainda estão à espera do milagre de retornar ao mercado de trabalho.
A promessa era de gerar mais de 8 milhões de vagas formais em poucos anos, sendo 2 milhões somente em 2018. Mas, dados do próprio governo mostram uma realidade diferente. A tal "modernização trabalhista" só serviu para beneficiar as empresas e deixar o trabalhador vulnerável.
Entre janeiro de 2018 e junho deste ano, foram gerados apenas 938.058 empregos formais no país. O saldo somado de trabalho intermitente e parcial é de 121.752 no período enquanto que os desligamentos por acordo chegam a 276.284, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
A reforma precarizou ainda mais as relações de trabalho. O contrato intermitente, por exemplo, não tem jornada fixa. Pode ser por mês, dia ou hora. Depende a vontade do patrão. E passado 30 dias o cidadão recebe apenas pelas horas trabalhadas.
O Caged aponta ainda outro dado cruel: o achatamento dos salários. O ganho de quem entra no mercado de trabalho é menor do que o de quem saiu. A remuneração média dos contratados ficou em R$ 1.606,62 no mês passado, enquanto quem foi demitido recebia em média R$ 1.766,67. No acumulado do ano, o rendimento dos admitidos corresponde a 88,6% dos demitidos.