Reforma tributária: o que os candidatos falam sobre pobres pagarem mais impostos

Em mais de 800 páginas, 42 especialistas em sistema tributário argumentam sobre a forma injusta com que o Estado brasileiro cobra impostos no Brasil. O resumo da análise está no início do livro A Reforma Tributária Necessária: Diagnósticos e Premissas, publicado neste ano pela Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Anfip), em parceria com a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco): “Se pudéssemos estabelecer um ranking dos problemas a serem equacionados no sistema tributário brasileiro, a correção do seu caráter regressivo ocuparia o topo”.
Em poucas palavras, no Brasil, pobre paga mais impostos. Esta é uma das raízes da desigualdade no país, que privilegia os mais ricos, especialmente setores financeiros improdutivos e premia sonegadores. É um sistema que sobretaxa o consumo, trava o desenvolvimento econômico e social, e sobretaxa também o trabalho. Em contrapartida, os lucros e dividendos dos rentistas não são taxados há mais de 20 anos. As benesses para os mais ricos não para por aí: o imposto sobre heranças no Brasil possui uma das menores taxas do mundo.
Diante deste quadro, reformas no sistema tributário tornam-se imperativas no país. Nestas eleições, boa parte dos presidenciáveis fala sobre o tema em seus planos de governo. Alguns de forma mais detalhada, outros de modo superficial, como o tucano Geraldo Alckmin, que reduz o problema fiscal do Brasil à complexidade das taxas, discurso que geralmente reproduzido pela imprensa comercial.