Resultado da Consulta Nacional
No terceiro e último dia da 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, no domingo (09/06), em São Paulo, a economista e técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Catia Toshie Uehara apresentou o resultado da Consulta Nacional da Categoria Bancária 2024.
A consulta serve de embasamento para a pauta de reivindicações da categoria bancária e também é estratégica na mobilização para a campanha salarial. 46.824 bancários e bancárias de norte a sul do país, participaram da consulta, que ficou disponível entre os dias 17 de abril a 2 de junho. A maioria das questões do formulário era de múltipla escolha, com possibilidade de apontar até três delas.
Para as cláusulas econômicas, as três principais prioridades apontadas foram: aumento real nos salários (93%), aumento na PLR (63%) e aumentos nos vale alimentação e vale refeição (51%).
Já para as cláusulas sociais, as três maiores prioridades foram: a manutenção dos direitos (70%), do emprego (49%) e o combate ao assédio moral (45%). O percentual dos que apontaram o assédio aumentou em relação à consulta do ano passado: em 2023, foram 31%. Esse ponto mereceu destaque durante a apresentação dos dados e foi frisado como um sinal de alerta de que a luta contra o assédio moral, há anos travada pelo movimento sindical, é cada vez mais entendida como importante para a categoria.
Ao responderem sobre os impactos da cobrança excessiva de metas, os bancários e bancárias apontaram que as três principais eram: preocupação constante com o trabalho (67%), cansaço e fadiga constantes (60%) e desânimo e vontade de não ir trabalhar (53%).
Foi perguntado se o bancário ou bancária havia usado remédios controlados (antidepressivos, ansiolíticos, estimulantes) nos últimos 12 meses e 39% responderam que sim, um percentual bastante alto e que coloca a categoria bancária como uma das que mais adoecem psiquicamente.
Outro dado importante da consulta foi sobre assédio sexual: 33,4% responderam já ter sofrido ou presenciado algum caso de assédio sexual em seu local de trabalho, ou seja, 1/3 dos participantes, o que demonstra o empenho acertado do movimento sindical ao discutir o problema na mesa com a Fenaban, com avanços já na CCT.
Quando questionados sobre quais medidas deveriam ser adotadas para um ambiente ético, cooperativo e respeitoso nos bancos, os participantes apontaram como as três principais: a definição das metas levando em consideração porte, região, perfil de clientes e número de empregados na unidade (51%); que as metas deveriam ser readequadas em caso de redução de funcionários (46%); e a maior participação dos bancários na definição das metas e dos mecanismos de sua aferição (38%).