Risco digital: selfies são usadas para golpes financeiros

Publicado em: 30/01/2025
Risco digital: selfies são usadas para golpes financeiros

Nos últimos dias uma série de reportagens em programas de TVs, rádios e portais da internet repercutiram nota de alerta da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) de um novo crime digital, praticado a partir das selfies, ou seja, foto do rosto das vítimas.

Segundo a entidade, após descobrir dados pessoais, as quadrilhas entram em contato com as vítimas e dizem que ganharam algo. "Entretanto, para que ela receba o benefício, é necessário fazer uma selfie para algum tipo de comprovação com o fornecedor do benefício. O bandido coloca uma fita isolante no celular ou tampa todos os campos para que a pessoa não perceba que está dentro de um ambiente bancário e prestes a fazer autenticação biométrica para uma operação de crédito", completou.

O secretário de Segurança da Contraf-CUT, Jair Alves, salienta que o golpe da selfie está acontecendo com mais frequência nas agências de negócios, espaços em que os bancos não oferecem mecanismos tradicionais de segurança, como portas giratórias e profissionais de vigilância.

“Essa situação reforça a importância da nossa cobrança para que as agências de negócios, mesmo não tendo caixas, tenham vigilantes e segurança como nas agências comuns. Essas propostas e outras de segurança estão sendo discutidas, pela Contraf-CUT, na Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP)”, completou.

Entre as principais reivindicações do movimento sindical, na última Campanha Nacional dos Bancários, está a que os bancos reforçassem o compromisso com a proteção de dados dos clientes e medidas de segurança digital. “Além de lutar para a manutenção de equipamentos de segurança nos ambientes físicos, como portas de segurança e vigilantes nas agências, a categoria bancária tem destacado que a realidade imposta com a digitalização exige esforços constantes do sistema bancário para a garantia de segurança digital”, disse Jair Alves.

Jair também explicou que a eficiência do golpe da selfie, alertado pela Febraban, passa pela obtenção de outros dados sensíveis das vítimas. "Para que a foto da vítima funcione na obtenção de empréstimos, o criminoso teve acesso ao nome completo, número de documento, telefone, enfim, informações sem as quais não é possível fazer essa transação fraudulenta. Por isso nós alertamos que todos e todas tenham muito cuidado para não expor esses tipos de dados", orientou.

Jair reforça que qualquer um pode ser vítima de um golpe digital. “Em 2024 o país registrou aumento de 45% nos crimes digitais. No ano passado, uma a cada 4 pessoas sofreu tentativas de golpe, sendo que metade deles acabaram se tornando vítimas”, pontuou.

Além de não aceitar presentes inesperados e fotos para estranhos, outras orientações, divulgadas na nota da Febraban, para evitar o golpe da selfie são:

  • Não acessar links enviados pela internet e que pedem dados pessoais para algum tipo de cadastro;
  • Não realizar pagamentos em máquinas ou celulares com visor danificado ou parcialmente coberto.