Santander: a grande farsa do Retorne Bem

O programa Retorne Bem, do Santander, foi agraciado com o 6º Prêmio de Reabilitação Profissional na categoria "Empresa privada", concedido no âmbito do 9º Congresso de Reabilitação Profissional e Gestão de Afastamentos, realizado em Campinas nos dias 20 e 21 de junho. Mas será que o banco espanhol receberia tal honraria se o prêmio fosse concedido por seus funcionários? Para o movimento sindical, a resposta é não.
“O Retorne Bem é uma verdadeira caixa preta. A representação dos trabalhadores não participou da sua construção como prevê a 44ª cláusula da CCT [Convenção Coletiva de Trabalho] e, portanto, não conhece e não valida seus processos. É escandalosa a falta de autonomia do médico no momento de realizar o exame de retorno e o demissional. O médico indicado pelo banco não avalia e não leva em consideração o relatório do médico assistente. Só considera o trabalhador inapto se houver concordância do RH”, denuncia a Dirigente Sindical do SEEB/SP, Vera Marchioni.
Faltam informações para trabalhadores que estão no programa e para o gestor que irá recebê-los de volta, não existe um canal para sanar dúvidas. Outro problema comum, mesmo em casos em que há indicação médica, é o fato dos funcionários não conseguirem a mudança do local de trabalho. Além disso, ainda encontram dificuldades para receber a cópia da sua avaliação médica.