Santander: Bancário PCD sofre avalanche de abusos

Publicado em: 29/03/2019
Santander: Bancário PCD sofre avalanche de abusos

Um ex-bancário do Santander foi acometido de um ambiente de trabalho opressor e adoecedor ao qual muitos dos empregados do banco espanhol e de outras instituições financeiras encaram diariamente. Paulo (nome fictício) vive com deficiência e foi contratado em 2010. Com apenas um braço, ele conta que os desrespeitos surgiram logo no início da contratação, quando identificou que seu salário não correspondia ao do cargo para o qual foi contratado.


Ao longo dos anos, foi transferido de área três vezes e enfrentou diversos casos de assédio moral e humilhações. Por conta dos desrespeitos e discriminação, foi diagnosticado com síndrome do pânico. Mesmo assim não se afastou por medo de ser dispensado.


Por duas vezes teve redução de nota sem receber nenhum feedback. “Me vi perseguido e injustiçado, o que acarretou na piora do meu tratamento. Tive que me afastar por mais de 30 dias, caindo no auxílio-doença”, conta Paulo. Devido ao esforço e as metas impostas sem levar em consideração as limitações causadas pela deficiência, Paulo desenvolveu também bursite (inflamação na articulação), o que o obrigou a se afastar pela segunda vez. Por fim, acabou demitido em março de 2019.


As doenças que o trabalhador desenvolveu são resultado do assédio moral, discriminação e falta de estrutura do banco com trabalhadores que adoeceram ou que têm deficiência. Ele sendo PCD [Pessoa com Deficiência] deveria contar com condições específicas de trabalho que o banco não disponibilizou, o que fere não só a Convenção Coletiva de Trabalho, como a legislação vigente.