Santander quer passar por cima da Justiça
            
            Banco se recusa a reintegrar bancário conforme determinação do TST. Sindicato já acionou Justiça para garantir direitos do trabalhador
O banco Santander quer passar por cima da Justiça brasileira e há mais  de dois meses recusa-se a reintegrar um bancário que foi demitido  ilegalmente. Sem qualquer possibilidade de recurso, já que o Sindicato  venceu a ação em última instância após 11 anos de luta, o banco aposta  que não há limites para o poder econômico ao ignorar solenemente a lei.
A  representação dos bancários ingressou na 37ª Vara do Trabalho, na terça  25, com uma petição para a imediata reintegração do bancário e multa  diária para o banco pelo descumprimento da sentença e por litigância de  má-fé.
“O que o Santander está fazendo é um absurdo inominável. A  instituição acha que está acima da lei”, comenta o diretor do Sindicato  João Roberto Almeida. Para ele, é inacreditável uma empresa que ganha  no Brasil 20% do seu lucro mundial não consiga respeitar um simples  mandado de reintegração sem nenhum prejuízo para a empresa. “É por isso  que o mote da campanha de valorização dos bancários é: Santander,  respeite o Brasil e os brasileiros”, completa.
O  caso – Depois de trabalhar 15 anos no banco Noroeste, o  bancário foi demitido em 1998, apenas dois anos depois de a instituição  ser comprada pelo Santander. No entanto, o funcionário tinha uma grave  LER/Dort adquirida após anos de trabalho no banco. Logo após a  demissão, ele procurou o Sindicato, que ingressou imediatamente com uma  ação na Justiça. Onze anos depois, o Tribunal Superior do Trabalho  mandou o Santander reintegrar o funcionário, esgotando todas as  possibilidades de recurso.
“O banco recebeu a notificação da  Justiça no dia 23 de abril passado. Desde então, o Sindicato tem  pressionado o Santander para reintegrar o bancário, mas o banco se  recusa usando o frágil argumento de que o período de estabilidade de 12  meses já transcorreu. A instituição afirma que vai converter essa  estabilidade em indenização sem reintegrar o empregado. Ora, a decisão  da Justiça já foi dada e manda o Santander reintegrar. Não há mais o que  se discutir”, finaliza João Roberto.