Valor: bancos se consolidam na venda de apólices de seguros

Publicado em: 04/09/2009
Valor: bancos se consolidam na venda de apólices de seguros

Valor Econômico

Maria Christina Carvalho e Altamiro Silva Júnior, de São Paulo





Os bancos estão se consolidando como distribuidores de seguros dos chamados ramos elementares, que incluem apólices de automóveis e residências. Com exceção do Bradesco, praticamente todos os outros grandes bancos, como HSBC, Banco Real e agora o Itaú Unibanco, passaram essa área para seguradoras e optaram por distribuir as apólices nas agências.



"Os banqueiros normalmente não entendem o seguro de automóveis, nem têm especial predileção pela área", diz Luiz Campos Salles, ex-presidente da Itaú Seguros e agora um consultor do segmento. No geral, apólices de autos geram atritos frequentes com os clientes, envolvendo sinistros e orçamentos. Ao contrário dos chamados produtos de acumulação financeira, como o seguro de vida e previdência complementar (o VGBL), os preferidos dos bancos.



"Enquanto fui presidente de seguradora nunca li uma apólice do princípio ao fim." No caso da associação do Itaú com a Porto, Campos Salles diz que a seguradora fez do seguro de carros um produto rentável. "O Itaú não gostava do ruído que o seguro de automóveis fazia."



Já no caso do Bradesco, avalia Campos Salles, a especialização em seguros surgiu em um momento histórico, com a ligação entre o banqueiro Amador Aguiar e Antônio Carlos de Almeida Braga (o Braguinha), dono da seguradora Atlântica Boavista, que foi comprada pelo Bradesco. "Com o tempo, a seguradora tornou-se muito importante a ponto de o presidente do banco ter saído dela."



Marco Antonio Rossi, diretor-presidente do Grupo Bradesco de Seguros e Previdência, diz que o banco tem "vocação" para a área de seguros e uma experiência de mais de 70 anos no setor, operando em todos os ramos do segmento. "É uma opção de modelo que é vitoriosa. Uma estratégia que é reconhecida como vencedora", diz ele.



Por esse motivo, Rossi diz que o banco não pretende mudar seu "norte" e está preparado para se expandir no segmento, que tem potencial "excepcional" de crescimento.





Fonte: Valor Econômico