Vice-presidenta do Itaú Unibanco defende terceirização

Um bancário que já trabalhou como terceirizado vive alertando os colegas da sua área sobre os riscos do projeto de lei da terceirização, que agora tramita no Senado com o nome de PLC 30/2015. “Muitos bancários vivem anestesiados pela quantidade de trabalho e que ainda não perceberam a desgraça que pode se abater sobre todos se for aprovada a terceirização para atividade-fim.”
Para os que ainda têm dúvidas para quem é boa a terceirização, o depoimento da vice-presidenta do Itaú, Cláudia Politanski, durante a festa de 15 anos do jornal Valor, realizada em São Paulo, clareia as ideias. Para a banqueira, a terceirização reforça os direitos trabalhistas. “É um projeto bom, de avanço. Não prejudica os direitos trabalhistas, muito pelo contrário, em alguns aspectos reforça a CLT”, afirmou ao Valor.
E para os bancários que creem que a terceirização não atingirá funções como a de caixa ou gerência, Cláudia Politanski, esclarece: “Essa discussão sobre atividade-meio e fim é falaciosa. É muito difícil usar esse critério para definir”, declarou, defendendo a criação de um “sindicatão” para representar empresas terceirizadas.
É lamentável ver uma declaração como essa, defendendo a precarização do trabalho no país, justamente da direção de uma empresa que em apenas três meses do ano alcançou lucro de quase R$ 6 bilhões. Esses vultosos ganhos vêm justamente da terceirização, institucionalizada no banco, afirma a diretora executiva do SEEB/SP e funcionária do banco, Marta Soares.
Entre 2008 e 2014, o Itaú Unibanco aumentou em 137,2% o investimento em serviços de terceiros. Para agravar a situação de bancários e clientes, o número de empregados do banco caiu 20,2% no mesmo período. E aí perguntamos à vice-presidenta do banco: a terceirização é boa pra quem? Enquanto tira a vaga de trabalho do bancário, contrata terceirizados sem direitos como vales-refeição, alimentação, licença-maternidade ampliada e auxílio-educação.