Votação Cassi: Sindicato dos Bancários de Petrópolis indica o voto NÃO, porém...

Publicado em: 17/05/2019
Votação Cassi: Sindicato dos Bancários de Petrópolis indica o voto NÃO, porém...

    No dia de hoje, sexta-feira, dia 17/05, se inicia o processo de votação da proposta de alteração do estatuto da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), apresentada pelo banco nesse ano. Os associados, da ativa e aposentados, terão até o dia 27/05 para votar, dizendo se concordam com a proposta do banco (SIM) ou se discordam (NÃO).

    Na noite de ontem, o SindBancários Petrópolis realizou uma plenária para os associados da Cassi, da ativa e aposentados, com a intenção de promover um debate, esclarecendo pontos da proposta e avaliando as consequências, para ajudar a todos a se sentirem mais seguros no momento de registrar seu voto. “Essa votação é muito delicada, já que está claro para todos que, diferentemente de  outras  votações, tanto  o SIM, quanto o NÃO, trazem riscos. O importante é avaliarmos agora, os possíveis cenários pós-resultado da votação e, a partir daí, tomar a decisão”, disse Marcos Alvarenga, funcionário do BB e Presidente do Sindicato.

    A plenária contou com a participação, na mesa, das diretoras do sindicato, Amélia Dupin e Marcelle Nicolay. Alvarenga lembrou que a Cassi foi criada pelos próprios funcionários do Banco do Brasil em 1944, há 75 anos e, desde o início, tinha como princípio basilar a solidariedade. “Vejo agora os meus colegas bancários fazendo contas, vendo a diferença de contribuição do estatuto atual para o proposto, mas sem se preocupar com a contrapartida do banco e, o que é pior, esquecendo do princípio da solidariedade. Não adianta dizerem que essa proposta não quebra esse princípio. O fato de cada bancário fazer as contas de quanto vai pagar por dependente, sem se preocupar com a realidade dos outros, é uma prova clara de que a solidariedade está sendo quebrada”, disse Alvarenga, que completou “Hoje, todos pagam o mesmo percentual e o impacto nos salários é, proporcionalmente, o mesmo para todos”. Além da quebra da solidariedade, preocupa o fato do banco acabar com a proporcionalidade nas contribuições, que são de 60% do banco (4,5%) e 40% do associado (3%). Proporção que já foi maior, pois o banco já pagou o dobro de contribuição em relação ao associado. Na proposta que vai para votação, o associado aumentaria sua contribuição para 4% e o banco manteria a sua em 4,5%. Outro ponto levantado na plenária é o oportunismo do banco ao incluir propostas de alterações no estatuto que em nada influenciam o custeio da Cassi e que, portanto, não ajudariam a equalizar as contas do plano. E, o pior, propostas que retiram a obrigatoriedade do BB em assumir a gestão da saúde de seus funcionários e ex-empregados (aposentados), em caso de extinção ou dissolução da Cassi. Além disso, pelos cálculos apresentados, em 3 anos será necessário um novo processo negocial, já que a proposta não garante a estabilidade financeira a médio e longo prazo.

    Por outro lado, vivemos um momento político econômico totalmente desfavorável, devido ao governo recém eleito. A rejeição da proposta pode implicar num impasse que pode gerar, entre outras coisas, uma intervenção da Agência Nacional de Saúde. “Existe o risco real de uma intervenção da ANS, mas temos que ter a consciência de que isso não é o fim do plano. As operadoras GEAP (da administração direta do governo federal) e a CASF (dos funcionários do Banco da Amazônia) estão sobre intervenção e continuam funcionando normalmente”, lembrou Alvarenga.

    Logo após a plenária, os diretores do sindicato e funcionários do BB, Amélia, Marcelle e Alvarenga, se reuniram e decidiram, por unanimidade, indicar o VOTO NÃO. Mas têm o “porém” do título e ele é devido a uma reflexão feita por todos na plenária: o voto NÃO, por si só, não trará nenhum benefício ou garantia em prol da Cassi e de seus associados. Aqueles que pensam em votar NÃO precisam ter a consciência que outros passos deverão ser dados após o resultado da votação. E eles passam pela mobilização, união e resistência.